PÁLIO – Símbolo do Bom Pastor
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Pálio sobre a casula |
CONFECÇÃO: O pálio é confeccionado pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma, que utilizam a lã de dois cordeiros brancos criados pelos Monges Trapistas e que são ofertados ao papa pelas jovens romanas no dia 21 de janeiro (Festa de Santa Inês), numa missa pontifical na Basílica de Santa Inês fora dos Muros.
FORMA: Há uma diferença sensível entre a forma do pálio moderno e o usado nas épocas cristãs mais remotas. No século VI, o pálio era uma longa faixa, moderadamente larga, branca, ornamentada em sua extremidade com uma cruz preta ou vermelha, e terminada fora com borlas; era drapejado em torno da garganta, dos ombros, e do peito em tal maneira que ficava com a forma de um V na parte dianteira, tendo duas extremidades penduradas para baixo do ombro esquerdo, uma na parte dianteira e outra atrás.
O pálio tomou a sua forma de uma letra Y, no século VIII, com medida de cerca de 5 cm de largura. No século IX, conforme se vê em pinturas das igrejas romanas, a faixa do pálio, que era solta e mantinha-se no lugar pela aplicação de alfinetes (Spinelli) foi costurada e teve as pontas encurtadas. A forma circular atual data do século X ou XI. Dois exemplares antigos desta forma circular, que pertenceram ao arcebispo de São Heriberto (1201) e ao arcebispo de Sant'Ana (1075) encontram-se bem preservados em Siegburg, na arquidiocese de Colônia.
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Setas indicando os espinelos (lateral e centro) |
O Papa Bento XVI utilizou por um tempo o pálio antigo, mais longo, com as duas extremidades com pontas de seda preta, caindo do ombro esquerdo e com as seis cruzes em vermelho, e não em preto. Porém, recentemente, o Papa Bento XVI modificou o seu pálio. O atual pálio papal é redondo com duas partes pendentes no peito e nas costas, ainda com seis cruzes vermelhas e as pontas com seda preta. A alegação é que o atual formato seria mais prático ao uso na liturgia. É legítimo que o papa, como pastor supremo da Igreja Católica, portanto, Pastor de outros pastores, use um pálio distinto dos que ele confere aos arcebispos, seus colaboradores.
Sobre o significado, profundo e pastoral, que a Igreja crê e ensina sobre o Pálio, o Santo Padre o Papa Bento XVI na sua Homilia da Missa dos Santos Apóstolos em 2011, disse:
“Aos Arcebispos Metropolitanos nomeados depois da última festa dos grandes Apóstolos, será agora imposto o pálio. Este, que significa? Pode recordar-nos em primeiro lugar o jugo suave de Cristo que nos é colocado aos ombros (Mt 11, 29-30). O jugo de Cristo coincide com a sua amizade. É um jugo de amizade e, consequentemente, um “jugo suave”, mas por isso mesmo também um jugo que exige e plasma. É o jugo da sua vontade, que é uma vontade de verdade e de amor. Assim, para nós, é sobretudo o jugo de introduzir outros na amizade com Cristo e de estar à disposição dos outros, de cuidarmos deles como Pastores. E assim chegamos a um novo significado do pálio: este é tecido com a lã de cordeiros, que são benzidos na festa de Santa Inês. Deste modo recorda-nos o Pastor que Se tornou, Ele mesmo, Cordeiro por nosso amor. Recorda-nos Cristo que Se pôs a caminho pelos montes e descampados, aonde o seu cordeiro – a humanidade – se extraviara. Recorda-nos como Ele pôs o cordeiro, ou seja, a humanidade – a mim – aos seus ombros, para me trazer de regresso a casa. E assim nos recorda que, como Pastores ao seu serviço, devemos também nós carregar os outros, pô-los por assim dizer aos nossos ombros e levá-los a Cristo. Recorda-nos que podemos ser Pastores do seu rebanho, que continua sempre a ser d’Ele e não se torna nosso. Por fim, o pálio significa também, de modo muito concreto, a comunhão dos Pastores da Igreja com Pedro e com os seus sucessores: significa que devemos ser Pastores para a unidade e na unidade, e que só na unidade, de que Pedro é símbolo, guiamos verdadeiramente para Cristo.”
“Aos Arcebispos Metropolitanos nomeados depois da última festa dos grandes Apóstolos, será agora imposto o pálio. Este, que significa? Pode recordar-nos em primeiro lugar o jugo suave de Cristo que nos é colocado aos ombros (Mt 11, 29-30). O jugo de Cristo coincide com a sua amizade. É um jugo de amizade e, consequentemente, um “jugo suave”, mas por isso mesmo também um jugo que exige e plasma. É o jugo da sua vontade, que é uma vontade de verdade e de amor. Assim, para nós, é sobretudo o jugo de introduzir outros na amizade com Cristo e de estar à disposição dos outros, de cuidarmos deles como Pastores. E assim chegamos a um novo significado do pálio: este é tecido com a lã de cordeiros, que são benzidos na festa de Santa Inês. Deste modo recorda-nos o Pastor que Se tornou, Ele mesmo, Cordeiro por nosso amor. Recorda-nos Cristo que Se pôs a caminho pelos montes e descampados, aonde o seu cordeiro – a humanidade – se extraviara. Recorda-nos como Ele pôs o cordeiro, ou seja, a humanidade – a mim – aos seus ombros, para me trazer de regresso a casa. E assim nos recorda que, como Pastores ao seu serviço, devemos também nós carregar os outros, pô-los por assim dizer aos nossos ombros e levá-los a Cristo. Recorda-nos que podemos ser Pastores do seu rebanho, que continua sempre a ser d’Ele e não se torna nosso. Por fim, o pálio significa também, de modo muito concreto, a comunhão dos Pastores da Igreja com Pedro e com os seus sucessores: significa que devemos ser Pastores para a unidade e na unidade, e que só na unidade, de que Pedro é símbolo, guiamos verdadeiramente para Cristo.”
O Pálio, como vimos é a representação e símbolo externo do cuidado pastoral (do Arcebispo em sua Província Eclesiástica (por isso, é confeccionado de lã de ovelha) e ao mesmo tempo a sua íntima ligação com a Santa Sé Romana, (por isso, é conferido pessoalmente pelo Santo Padre, e em casos excepcionais, em nome dele). É importante lembrar que o Pálio é recebido toda vez que um arcebispo assume uma nova arquidiocese, ou seja, mesmo que um arcebispo já tenha recebido um pálio, sendo transferido para outra arquidiocese deverá receber novamente, do Santo Padre ou por ordem dele, um outro pálio, pois este é a união do arcebispo com seu rebanho, e cada pálio é significação daquele rebanho que lhe é confiado, portanto, não sendo repetido, mas sim, oferecido para cada arquidiocese o seu “próprio pálio”.
A simplicidade e riqueza dos ritos da Liturgia deste dia, oferece-nos a profundidade do significado do significado do pálio; todo o rito se desenvolve num solene e tocante conjunto de ações:
1º Após a homilia, (neste ano de 2012 houve uma alteração: este rito ocorreu antes do início da Missa), um grupos de Diáconos, vai até à entrada do Túmulo do Apóstolo Pedro, que fica abaixo do Altar principal da Basílica Vaticana, e de lá, retiram os pálios que estavam depositados na arca junto do túmulo (que neste momento já se encontram organizados em grandes bandejas), sobem ao Presbitério e os apresenta ao Santo Padre;
2º O Cardeal Proto-diacono apresenta os novos Arcebispos ao Santo Padre;
3º Em seguida todos, numa atitude de comunhão e respeito à hierarquia e a sucessão apostólica tão cara e necessária à Igreja Católica, da qual os Arcebispos devem ser também guardiões, os novos arcebispos fazem o juramento de fidelidade à Igreja e ao Romano Pontífice (alguns em nome de todos, leem ao microfone, nos principais idiomas, este juramento): “Eu (diz o nome) Arcebispo de (diz a Diocese), serei sempre fiel e obediente ao Beato Pedro Apóstolo, a Santa e Apostólica Igreja de Roma, a ti Sumo Pontífice e aos teus legítimos sucessores. Assim me ajude Deus todo-poderoso”;
4º Os diáconos levam até o Santo Padre os respectivos pálios para serem abençoados, e o Papa de pé, sem Mitra e sem báculo, faz a oração de bênção com estas belíssimas palavras, de significado tão concreto e místico: “Ó Deus Pastor eterno das almas que as chamates por meio de teu Filho Jesus Cristo com o nome de ovelhas e as confiastes ao governo, sob a imagem do bom Pastor, ao bem aventurado Pedro Apóstolo e aos seus sucessores, infundi pelo nosso ministério a graça da tua benção sobre estes pálios símbolos do cuidado pastoral, acolhe benigno a oração que humildemente dirigimos e concede pelos méritos e intercessãos dos Apóstolos, àqueles que pelo teu dom portão estes pálios, serem reconhecidos como pastores de teu rebanho e traduzirem com a vida o que o nome significa, tomem sobre si mesmos o julgo evangélico colocado sobre suas costas e que sejam para eles tão leve e suave, que possam se antecipar aos demais no caminho dos teus mandamentos, com testemunho de uma fidelidade perseverante a fim de merecerem ser introduzidos nos pastos eternos de teu Reino. Por Cristo nosso Senhor”.
5º O Santo Padre senta-se, recebe a Mitra e o Báculo Pastoral, numa atitude que revela a sua solene autoridade de Sucessor de Pedro, e profere a fórmula geral de imposição dos pálios: “Para glória de Deus todo poderoso e o louvor da Bem-aventurada Virgem Maria e dos Bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, pelo decoro da Sé a vós confiada, em sinal do poder de metropolita, vos confiamos o Pálio da Confissão do Bem-aventurado Pedro, para que seja usado entre os limites de vossa Província Eclesiástica. Este Pálio seja para vós, símbolo de unidade e de comunhão com a Sé Apostólica; seja vínculo de caridade e estímulo de fortaleza, a fim de que no dia da vinda e da revelação do grande Deus e do príncipe dos pastores, Jesus Cristo, possa obter com o rebanho a vós confiados a veste da imortal e da glória.”
6º Cada um dos novos arcebispos aproximam-se do Santo Padre, saúda-lhe com reverência, e dele recebe o pálio sagrado nos ombros sobre a Casula; após este, saúdam-se desejando a paz;
7º O Santo Padre entrega os pálios restantes ao Secretário da Congregação para os Bispos, a fim de serem conferidos aos Metropolitas (que não puderam estar presentes à esta Celebração), em nome do Romano Pontífice em suas Arquidioceses.
Após estes momentos, a Missa prossegue o seu rito de costume com a Profissão de fé (normalmente cantada).
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Diáconos apresentando os pálios para serem abençoados |
Formação:
TV Canção Nova
TV Canção Nova
Wikipédia, Enciclopédia Livre: http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1lio.
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